segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carnavais, Malandros e Heróis - Roberto DaMatta

"A posição escolhida foi a de tomar o carnaval como um reflexo complexo, um comentário complicado sobre o mundo social brasileiro, e não um reflexo direto de sua estrutura social."

"À teoria do reflexo direto, então, preferi adotar a posição de Marx e Lévi-Strauss, que situam a ideologia como um plano da realidade social que reflete o mundo, mas de modo invertido, como se fosse uma câmera escura."

"o carnaval por ser vigorosamente contrário ao mundo cotidiano, e sendo ele uma imagem invertida, apenas reforça esse mundo, confirmando-o."

"O leitor pode estar seguro de que sei que o carnaval reproduz o mundo, mas estou igualmente certo de que essa reprodução não é direta nem automática. É precisamente por causa disso que a sociedade pode mudar e é também por isso que o mundo sempre pode encher-se de esperança"

"A minha sociologia, espero, não é aquela que apenas confirma o poder sos poderosos, a morte dos índios e a emerderação geral do mundo em que vivemos. Ao contrário, espero que, ao estudar o poder dos poderosos e o processo de extinção de sociedades tribais, seja capaz de descobrir e inventar as brechas pelas quais a luz do futuro possa penetrar"